A noite
Hoje a noite eu me sinto tão em baixo
Eu me sinto tão sapato
Me sinto tão levada,à ser.
Não quero ir nessa luta
que nem escolhi pra mim...
Faltosa de causas-mais
Mas valia pra me intristecer.
Fui me formando impercebida
com diplomas de feridas
na tragédia que eu queria
à comédia transcender.
Meu destino capacho
de frangalhos e do acaso
levou meu estudo torpe
pro meu próprio viver.
Ajudar o pobre-outro
a insurgir às injustiças do mundo
que agora me chega
refletindo o meu rosto
me levando pra dentro, à se-lo
e findando meu romântico zelo
em meu eterno efêmero ser.
Sendo ele eu,
Eu ela, eu ele, ela eu
Me vejo mim lá! vê é elha
Contando as mesmas histórias
com logísticas acadêmicas
sobre as mesmas mazelas
de vivências olhoísticas
achistas mas não meras.
Hoje a noite eu me sinto assim tão fraca
Me sinto despreparada
Como quem vai desaparecer...
Numa esquina qualquer da vida.
Ah, me sinto tão vendida
Pra ocasião que não perdoa
A consequência de se viver
Atoa, eu me sinto tão escassa
De qualquer alma de alegria
Num pranto que não passa
e também não chega.
Choro minhas lágrimas secas
sem mais nada a perder.
Hoje. Hoje a noite.
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